Quando eu era pequenino
Minha mãe disse vai, vai
Vai depressa assar sardinhas
Para o jantar do teu pai.
Estava a assar sardinhas
Com o lume a arder
Queimei a pilinha
Sem ninguém saber
Se fosse outra coisa
Eu não me importava
Mas era a pilinha
Que eu tanto estimava!
Esta musica e letra são, salvo erro, de um fino poeta e musico nortenho chamado Quim Barreiros.
Ora a malta da Universidade delirava com isto. Não havia ninguém que não soubesse esta letra de cor.
Hoje, passados 35 anos, há por aí umas mentes brilhantes que apregoam a perdição da nossa juventude porque tem os gostos estragados: só ouvem Tokio Hotel, só lêem jornais desportivos e revistas cor de rosa... então e nós, a geração brilhante, os velhos do Restelo que (pelos vistos) tudo sabíamos e tínhamos gostos refinados, ouvíamos o quê? Quim Barreiros ou Beethoven? Líamos Proust ou a Playboy? Obviamente, nem é preciso responder a estas perguntas.
Portanto, aos velhos do Restelo da minha geração, eu digo:
- Vão mas é assar sardinhas!